A licença prévia listou 40 condicionantes, que deveriam ser cumpridas para que a obra iniciasse. Mas, nesses dois anos, o que se viu foi uma escandalosa armação, com a cumplicidade dos magistrados do TRF-1, para beneficiar aqueles que mais lucros terão com a construção da usina: os empreiteiros e políticos ligados ao governo federal.
A maior parte das 40 condicionantes, sequer saiu do papel; uma ação civil pública, movida pelo Ministério Público Federal, dorme nas gavetas do Judiciário brasileiro; os indígenas não foram consultados; os ribeirinhos contrários às obras, são ameaçados; os pescadores, ignorados. Hoje, 2 anos depois, a população de Altamira tem que conviver com uma explosão do custo de vida, o que obrigou várias famílias a abandonarem suas casas, por não terem como continuar pagando o aluguel. Tem que conviver com o aumento dos casos de violência, que registraram números alarmantes: em 2011, subiu 62% a quantidade de flagrantes e 379% a mais de armas foram apreendidas. Isso sem falar do tráfico de drogas, dos assaltos a bancos e da violência sexual.
A construção da UHE Belo Monte deu a Altamira o título de “campeã” do desmatamento, que ocorre tanto na área onde estão sendo construídos os canteiros de obras, quanto na área urbana, com a ocupação desordenada daqueles que perderam suas casas.
E quem ganha com isso?
Quem está comemorando o aniversário de 2 anos da emissão da “licença para matar” o Rio Xingu?
As empreiteiras que financiaram a campanha da Presidente Dilma? O lobby do Ministro Edson Lobão? O irmão do ex-ministro Palocci? O presidente do IBAMA, Curt Trennepohl?
Certamente não são os povos da Amazônia.
Imagens da manifestação realizada dia 04/02/2010, em Belém, marcando o protesto pela liberação da licença prévia, ocorrida 3 dias antes.
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