quarta-feira, 8 de agosto de 2012

Nota em apoio aos servidores públicos federais em greve

Carta do Comitê Metropolitano Xingu Vivo Para Sempre em apoio à greve dos servidores públicos federais.

Nos últimos 25 anos de resistência contra a construção da usina hidrelétrica de Belo Monte, desde a ditadura civil-militar, talvez estejamos vivendo o período de maior ataque ao meio ambiente, patrocinado pelo governo federal.

A tentativa de alteração do Código Florestal; a medida provisória que reduz áreas de proteção ambiental; a negação de direitos básicos aos povos indígenas; o perdão das dívidas dos grandes desmatadores; o desmonte dos órgãos de fiscalização e proteção ambiental, dentre outros, formam um conjunto de ações que visam aumentar a exploração sobre os recursos naturais do país, de forma predatória e elitista.

O projeto de transformar os rios amazônicos em grandes e lucrativos fornecedores de energia, com mais de uma centena de hidrelétricas, planejadas ou em construção, se não for contido, causará a destruição de povos e culturas, além da riquíssima biodiversidade de uma das últimas e mais extensas florestas do planeta. E como consequência, trará fortuna e bem estar apenas para uma pequena parcela de políticos e empresários.

Mas, para que esse projeto seja implantado, é necessário um forte ataque contra aqueles que oferecem resistência. Por isso, buscam criminalizar os movimentos sociais; tentam iludir a população com falsas promessas de emprego e desenvolvimento; destinam bilhões de reais dos cofres públicos para financiar obras administradas por empresas privadas.

Tentam intimidar servidores públicos, exigindo-lhes submissão às ordens do Palácio do Planalto. E para isso, chegam até a descredenciar os estudos dos próprios técnicos do Estado, como ocorreu em 2009, por ocasião da concessão da licença-prévia para o leilão de Belo Monte.

Negam os resultados de análises e pesquisas feitas por dezenas de profissionais, especialistas em diversas áreas, muitos com o título de Doutor, oriundos de respeitadas Universidades Públicas brasileiras, com o aval de instituições como a Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência – SBPC.

Mas os servidores públicos insistem em reafirmar suas posições – contrárias a esses projetos de destruição – como ocorreu no último dia 31/07, quando os servidores do Instituto Chico Mendes - ICMBio, lotados em Itaituba, divulgaram uma “carta aberta à sociedade”, na qual fazem críticas à redução das áreas de proteção ambiental para a construção de cinco hidrelétricas no rio Tapajós e denunciam a falta de estudo técnico preliminar, que “subverte gravemente as normas constitucionais de proteção ao patrimônio ambiental”, colocando em risco “a própria integridade do bioma amazônico”.

Assim, a tática de sucatear e amordaçar o serviço público cumpre um papel determinante para a implantação de grandes projetos, em especial na Amazônia, permitindo-se a exploração dos recursos naturais à exaustão, beneficiando uns poucos e deixando a maioria da população amargando mais pobreza e desamparo.

Por isso nós, ativistas reunidos no Comitê Metropolitano Xingu Vivo Para Sempre, vimos manifestar nosso total e irrestrito apoio à greve dos servidores públicos federais, com a certeza de que a vitória dessa luta servirá para fortalecer o conjunto dos movimentos sociais que resistem contra os ataques do governo federal aos direitos conquistados pelo povo brasileiro.

Belém, 07 de agosto de 2012

Um comentário:

  1. felipe dos santos gatinho rocha ou puxirum10 de agosto de 2012 às 15:00

    a diferença entre este e aquele governo, - em relação a vocês, - é que essa mesma 'militância", hegemonicamente, erigiu o atual, e, por tabela,
    justificou os demais vassalos do estado: fgc,collor,sarney, lula e dilma, são alguns protótipos de cavalo da máfia (ou como quiserem) judaico-cristã, fazendo o seu serviço de classe dominante; e domina monopolizando os conglomerados de mídias, os fabricos de armas e os bancos, por exemplo

    digito de são luís, onde a igreja, pela boca do seu chefe, o papa joão paulo, segundo, defendeu no sermão do bacanga, o dever principalíssimo de reprimir as ocupações de terras por famílias lavradoras em confronto com os cavalos locais

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