sexta-feira, 5 de agosto de 2011

FAOR promove oficina comunitária em prol da resistência às Hidrelétricas no Tapajós


A oficina mostrou para as comunidades do alto tapajós informações sobre os projetos de barragens, as conseqüências da construção das Hidrelétricas e o que é o FAOR - Fórum da Amazônia Oriental

A equipe do FAOR – Fórum da Amazônia Oriental em parceria com a International Rivers, Terra de Direitos, Aliança Tapajós Vivo, Aliança 4 Rios e Anel- Assembléia Nacional dos Estudantes Livres, visitou as comunidades de Montanha e Mangabal no alto Tapajós com o objetivo de passar para os ribeirinhos, pescadores e agricultores familiares das localidades, as conseqüências da construção do Complexo Hidrelétrico Tapajós. As oficinas foram realizadas nos dias 30 e 31 de julho, com 70 lideranças comunitárias.

O Governo federal prevê a construção de pelo menos sete Usinas Hidrelétricas no rio tapajós e em seus afluentes. Há também o projeto de transformar os rios da Amazônia em hidrovias para facilitar o transporte de grãos para os outros estados brasileiros. Mas o impacto que estas construções e modificações vão provocar nas comunidades, que vivem à beira desses rios, o Governo federal não está levando em consideração. Com o intuito de evidenciar esses problemas, a Rede FAOR e seus parceiros, foi até as localidades que serão diretamente afetadas para mostrar as essas pessoas que ainda há esperança, que a luta ainda não acabou, e com conhecimento e mobilização os povos tradicionais podem vencer essa batalha.

De acordo com Marquinho Mota, coordenador das oficinas, o que foi repassado às comunidades foi justamente “um panorama geral dos grandes projetos da Amazônia, a apresentação especifica sobre o complexo Tapajós, os direitos das comunidades ameaçadas e atingidas pelas hidrelétricas, nós também usamos vídeos de áreas já atingidas por outras construções e usamos como material de apoio a cartilha Tapajós Vivo.”

As lideranças comunitárias que participaram das oficinas foram muito receptivas, pois “ essa foi a primeira vez que uma instituição foi na região debater a questão das hidrelétricas, somente a Eletronorte tinha passado por lá com informações incompletas e mentirosas.’ Acrescentou Marquinho Mota.

O coordenador também ressalta que “Um dos resultados da oficina foi formação de uma comissão comunitária que vai transmitir as informações para outras comunidades para fortalecer a resistência.” E também surgiu a proposta das comunidades do alto Tapajós se unirem aos índios Mundurucus de Jacareacanga para fortalecer a luta.

Outro fruto da oficina foi a produção de uma carta aberta em que as comunidades pedem para não ser expulsas de suas casas e territórios, eles reafirmam que não vão desistir da luta contra a construção das barragens e ainda lembram que o patrimônio ambiental ficará ameaçado de forma irreversível.

Segue abaixo a carta na integra.

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