quinta-feira, 16 de junho de 2011

Índios voltam a protestar contra obra de Belo Monte




Os índios voltaram a desafiar a Eletrobras em torno da construção da usina de Belo Monte. Ontem, durante evento promovido pela International Hydropower Association, representantes indígenas das comunidades Kaiapó e Juruna desafiaram o diretor de geração da Eletrobras, Valter Cardeal, a promover uma reunião para esclarecer os impactos da usina às tribos indígenas. O representante dos Kaiapós chegou a falar em garantia de segurança aos índios e aos trabalhadores da usina. O executivo da Eletrobras disse que a empresa não se nega a dar qualquer explicação mas garantiu que nenhuma nova audiência pública ou oitiva será feita novamente. "Já seguimos todo o rito da lei", diz Cardeal.

A reportagem é de Josette Goulart e publicada pelo jornal Valor, 16-06-2011.

Durante as audiências públicas realizadas em Altamira, no Pará, em 2009, o governo federal se cercou de toda a estratégia para garantir provas de legitimidade no processo. Ontem, durante o evento, Cardeal mostrou fotos de várias lideranças de diferentes comunidades indígenas que compareceram às audiências. Na época, o governo recorreu a Paulinho Paiacã que reuniu as lideranças e garantiu que elas comparecessem e fossem embora sem tumultuar o processo. Além disso, tropas da Força Nacional estiveram presentes para garantir a segurança.

Questionado ontem, pela imprensa, sobre as estratégias de segurança que serão adotadas nas cidades próximas à construção e na própria obra, Cardeal não quis falar sobre o assunto. Mas o Valor apurou que as construtoras foram orientadas a manter alojamentos permanentes nas obras para caso de a Força Nacional ter que atuar na região.

A usina deverá consumir investimentos da ordem de R$ 25 bilhões, segundo Cardeal. O financiamento deverá ser feito por meio do BNDES e Banco do Brasil. Cardeal garante que bancos privados devem participar do repasse de recursos. Mas a usina não fechou ainda o seguro para a obra. Quanto a saída das pequenas construtoras, Cardeal voltou a reafirmar que é um processo natural e disse estar confiante de que não só os atuais sócios aumentem participação na usina como também que novos parceiros entrem na sociedade. Belo Monte foi licitada há mais de um ano e teve sua licença ambiental emitida somente neste mês pelo Ibama. Ontem mesmo a presidente Dilma Rousseff reuniu seus ministros em Brasília para falar do cronograma das obras do PAC2. O secretário executivo de Minas e Energia, Márcio Zimmermann, e o presidente da EPE, Maurício Tolmasquim, deixaram o evento em Foz do Iguaçu mais cedo para participar dessa reunião.

http://www.ihu.unisinos.br/

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