quarta-feira, 1 de junho de 2011

NOTA DO MOVIMENTO XINGU VIVO – COMITÊ METROPOLITANO SOBRE A LICENÇA DE INSTALAÇÃO DA UHE BELO MONTE

Há muito já se sabe que a Usina Hidrelétrica (UHE) Belo Monte não tem viabilidade econômica, social, ambiental, cultural e mesmo política. Mais uma prova disso foi a carta enviada à presidente Dilma Rousseff no dia 19 de maio/2011, assinada por 20 das mais importantes associações cientificas brasileiras, como a Academia Brasileira de Ciências (ABC) e a Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC), que após se debruçarem por um longo tempo sobre os estudos até aqui realizados, manifestaram preocupação e pediram a suspensão do processo de licenciamento da UHE Belo Monte.

Há muito também já se sabe que a UHE Belo Monte infringe frontalmente a constituição e a legislação ambiental do Brasil. É por isso que a Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), nacional e seção Pará, e o Ministério Público Federal (MPF) estão pedindo que sejam suspensas as operações de Belo Monte enquanto as condicionantes não forem realmente cumpridas. Nesse sentido, no dia 11 de maio/2011 o MPF emitiu uma recomendação ao presidente do IBAMA, pedindo que este se abstenha de emitir a Licença de Instalação da UHE Belo Monte, enquanto as questões relativas às condicionantes da Licença Prévia 342/2010 não forem definitivamente resolvidas.

Nem mesmo o consorcio Norte Energia S.A. (NESA), montado pelo Governo Federal as vésperas do leilão, apresenta consistência. Esta semana foi amplamente divulgado que as empresas Galvão Engenharia, Serveng e Cetenco já fizeram pedido formal de desligamento do consórcio, a Contern fará o pedido nos próximos dias, e a J. Malucelli e Mendes Junior estão apenas a procura de alguém que compre os seus percentuais no negócio, seguindo os mesmos passos da Gaia Energia, que já vendeu a sua parte para a VALE. Antes mesmo de iniciar suas atividades a NESA já está caindo de podre.

A UHE Belo Monte é hoje uma bandeira política do Governo Federal, só isso explica a obsessão por esta obra, que vai repassar no mínimo 30 bilhões de reais para as empreiteiras, setor que, coincidentemente, ficou em 1º lugar no repasse de verbas para a campanha da presidente Dilma Rousseff.

Mostrando maios uma vez força e determinação, reuniram-se entre os dias 20 e 23 de maio/2011, na Aldeia Piaraçu, mais de 200 lideranças, representando 12 etnias, índios Kayapó, Juruna, Kaiabi, Xavante, Cinta larga, entre outros, além de lideranças dos movimentos sociais, que reafirmaram em alto e bom tom “NÃO À CONSTRUÇÃO DE BELO MONTE”. Reiterando a intenção de todos e todas em lutar até o ultimo suspiro contra esta usina.

É por tudo isso que repudiamos a emissão da Licença de Instalação ilegal de Belo Monte. Exigimos que esse projeto seja definitivamente encerrado. Alertamos ao governo da presidente Dilma Rousseff que ele será o único responsável pelas conseqüências que decorrerão de sua insistência nesse projeto. Conseqüências que poderão ser expressas, literalmente, em dor, lagrimas e sangue.

Pedimos o apoio de todos os brasileiros e brasileiras. Conclamamos as pessoas do mundo todo para que possamos estar juntos nesta decisiva batalha para barrar os mais pesados ataques que o capital já desferiu, até hoje, contra a floresta, os rios, os povos e a vida na Amazônia, no Brasil, e no Planeta Terra.

Somos fortes.

Estejam conosco, estamos com vocês.



A FLORESTA E A VIDA NOS CHAMAM!

TODOS E TODAS EM SUA DEFESA!



Belém, 01 de junho de 2011



Assinam esta nota:

Associação Paraense de Apoio às Comunidades Carentes (APACC)

Associação Brasileira de Organizações Não Governamentais (ABONG)

Associação Indígena Tembé de Santa Maria do Pará (AITESAMPA)

Comissão Pastora da Terra (CPT/PA)

Conselho Indigenista Missionário Regional Norte II (CIMI)

Comitê Dorothy

Companhia Papo Show

Coletivo de Juventude Romper o Dia

Central Sindical e Popular CONLUTAS

Diretório Central dos Estudantes/UFPA

Diretório Central dos Estudantes/UNAMA

Diretório Central dos Estudantes/UEPA

Federação de Órgãos para Assistência social e educacional (FASE)

Fórum de Mulheres da Amazônia Paraense (FMAP)

Fundação Tocaia (FunTocaia)

Fórum da Amazônia Oriental (FAOR)

Fórum Social Pan-amazônico (FSPA)

Fundo Dema/FASE

Grupo de Mulheres Brasileiras (GMB)

Instituto Amazônia Solidária e Sustentável (IAMAS)

Instituto Universidade Popular (UNIPOP)

Instituto Amazônico de Planejamento, Gestão Urbana e Ambiental (IAGUA)

Movimento de Mulheres do Campo e da Cidade do Estado do Pará (MMCC-PA)

Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST)

Movimento dos Atingidos por Barragens (MAB)

Movimento Luta de Classes (MLC)

Mana-Maní Círculo Aberto de Comunicação, Educação e Cultura

Movimento Hip-Hop da Floresta (MHF/NRP)

Partido Socialismo e Liberdade (PSOL)

Partido Comunista Brasileiro (PCB)

Partido Socialista dos Trabalhadores Unificados (PSTU)

Rede de Educação Cidadã (RECID)

Rede de Juventude e Meio Ambiente (REJUMA)

Sociedade Paraense de Defesa dos Direitos Humanos (SDDH)

Sindicato dos Trabalhadores do Serviço Público Federal do Pará (SINTSEP/PA)

Sindicato Nacional dos Docentes das Instituições de Ensino Superior (ANDES-SN)

Sindicato dos Trabalhadores e Trabalhadoras da Gestão Ambiental do Estado do Pará (SINDIAMBIENTAL)

Sindicato dos Trabalhadores na Construção Civil de Belém e Ananindeua

Associação dos Empregados do Banco da Amazônia (AEBA)

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