quinta-feira, 21 de junho de 2012

Índios ocupam sítio de construção da hidrelétrica de Belo Monte

Área do sítio Pimental, distante da obra, foi ocupada nesta quinta-feira (21).

Consórcio construtor informa que ocupação não afeta os trabalhos.

Cerca de 100 índios invadiram novamente um dos sítios de Belo Monte nesta quinta-feira (21). De acordo com o Consórcio Construtor de Belo Monte (CCBM), os manifestantes ocuparam uma ensecadeira, espécie de barragem de terra, construída no sítio Pimental, local que fica a aproximadamente 50 quilômetros distantes da sede da obra em Altamira, no sudoeste do Pará.
Os manifestantes confiscaram chaves de tratores, carros e equipamentos de rádio. Eles querem a paralisação da obra de construção da hidrelétrica por considerar que a construção da usina prejudica o curso rio Xingu. Os índios pedem a presença de um representante do governo federal para negociar a desocupação da ensecadeira.
De acordo com o CCBM, a manifestação não afetou os trabalhos na usina, já que o local ocupado está desativado, aguardando autorização ambiental do Ibama.
Ocupações anterioresEsta não é a primeira vez que comunidades indígenas ocupam canteiros de construção de Belo Monte. No último dia 15, os manifestantes invadiram outra ensecadeira e, utilizando picaretas, abriram sulcos para que o rio pudesse correr através da barragem de terra.
No sábado (16), os índios chegaram a invadir um dos escritórios do consórcio construtor. Durante esta ocupação, eles destruiram computadores, mobília e documentos. O caso foi registrado na polícia e está sendo apurado pela delegacia de Altamira.
Entenda o caso
A Usina Hidrelétroca de Belo Monte está sendo construída no rio Xingu, em Altamira, no sudoeste do Pará, com um custo previsto de R$ 19 bilhões. O projeto tem grande oposição de ambientalistas, que consideram que os impactos para o meio ambiente e para as comunidades tradicionais da região, como indígenas e ribeirinhos, serão irreversíveis.
A obra também enfrenta críticas do Ministério Público Federal do Pará, que alega que as compensações ofertadas para os afetados pela obra não estão sendo feitas de forma devida, o que pode gerar um problema social na região do Xingu.

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