Nota
contra a criminalização dos Movimentos em defesa do
Rio Xingu, em repúdio a NESSA, ao CCBM, e de apoio e solidariedade
aos ativistas do Movimento Xingu Vivo para Sempre
O
Comitê Xingu Vivo, fórum composto por mais de 40 organizações da
região Metropolitana de Belém – PA, vem a público repudiar a
campanha de criminalização que os ativistas do Movimento Xingu Vivo
para Sempre (Altamira – PA), vem sofrendo por parte de setores da
imprensa, do governo federal, estadual, do Consórcio Construtor de
Belo Monte (CCBM) e pela Norte Energia S/A (NESA), em virtude de
fatos ocorridos durante a conferência
Xingu+23. Ao mesmo tempo nos
solidarizamos com as companheiras e companheiros que estão sendo
perseguidos por se colocarem contra a construção da UHE de Belo
monte no Rio Xingu.
Vivemos
hoje na Amazônia a ditadura da indústria barrageira, com o apoio de
diversas esferas de governo, do legislativo e do judiciário, que
para implantar seus maléficos planos de “desenvolvimento”
destroem culturas milenares, biodiversidade, povos e populações
tradicionais, rasgando por completo nossa Carta Magna, acordos e
tratados internacionais dos quais o Brasil é signatário.
Esta
indústria, que assume o papel do poder
público onde se instala, acha inadmissível que os povos indígenas,
verdadeiros guardiões da floresta e dos rios, reajam aos seus
desmandos e a truculência que tem sido característica dos projetos
de barragens na região, e tenta de todas as formas impedir que o
mundo saiba o que realmente está por detrás de seus projetos
destruidores.
Por
diversas vezes os povos indígenas do Xingu tentaram a todo custo
manter o diálogo com o Governo Federal para que pudessem falar sobre
o que a UHE de Belo Monte representa para
sua história e suas vidas. Seus anseios nunca foram levados em
consideração. Nem mesmo a constitucional oitiva foi garantida.
Pois bem, Várias lideranças indígenas avisaram que o Governo
Federal e seus aliados estavam provocando uma guerra ao tentar enfia
Belo Monte goela abaixo dos povos do Xingu.
Nosso
Comitê, uma organização pacífica que tem como objetivo ampliar o
debate sobre a UHE de Belo Monte e os grandes projetos de
desenvolvimento que historicamente tem levado a destruição da
floresta amazônica, reconhece como legítimo o direito das
populações do Xingu em defender seus territórios,
tendo em vista que nunca foram ouvidos em suas reivindicações, já
que para os barrageiros e seus aliados “tanto faz se os indígenas
vão ser ouvidos antes ou depois da construção da usina”, a obra
sairá de qualquer maneira.
Aproveitamos para denunciar a perseguição política que nossos
companheiros e companheiras em Altamira estão sofrendo por conta de
suas opções em defesa da vida no Xingu. Denunciamos também a farsa
montada pelo CCBM e a NESA, com o apoio das autoridades policiais de
Altamira para transformar ativistas ambientas e dos direitos humanos
em criminosos comuns.
Crime em um país como o nosso é o BNDES disponibilizar 30 bilhões
de reais para uma obra criminosa, e o governo se recusar a conversar
com os povos indígenas.
Crime, senhoras e senhores, é destruir o Rio Xingu.
Crime é construir Belo Monte.
Belo Monte não passará!!!!
Belo Monte Vai cair!!!
Viva os Povos do Xingu!!!
Viva o Rio Xingu, Vivo para Sempre!!!
Belém, 22 de junho de 2012
Assinam este manifesto:
01. Associação Paraense de Apoio às Comunidades Carentes (APACC)
02. Associação dos Concursados do Pará (ASCONPA)
03. Associação Sindical Unidos Pra Lutar
04. Comissão Pastora da Terra (CPT/PA)
05. Conselho Indigenista Missionário Regional Norte II (CIMI)
06. Comitê Dorothy
07. Central Sindical e Popular CONLUTAS
08. Diretório Central dos Estudantes/UFPA
09. Diretório Central dos Estudantes/UNAMA
10. Diretório Central dos Estudantes/UEPA
11. Federação de Órgãos para Assistência social e educacional
(FASE - Amazônia)
12. Fórum da Amazônia Oriental (FAOR)
13. Fórum Social Pan-amazônico (FSPA)
14. Fundo Dema/FASE
15. Instituto Amazônia Solidária e Sustentável (IAMAS)
16. Instituto Universidade Popular (UNIPOP)
17. Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST)
18. Movimento Luta de Classes (MLC)
19. Movimento Estudantil Vamos à Luta
20. Partido Socialismo e Liberdade (PSOL)
21. Partido Comunista Brasileiro (PCB)
22. Partido Socialista dos Trabalhadores Unificados (PSTU)
23. Partido Comunista Revolucionário (PCR)
24. Sociedade Paraense de Defesa dos Direitos Humanos (SDDH)
25. Sindicato dos Trabalhadores do Serviço Público Federal do Pará
(SINTSEP/PA)
26. Sindicato dos Trabalhadores na Construção Civil de Belém e
Ananindeua
27. Vegetarianos em Movimento (VEM)
28. Associação Indígena Tembé de Santa Maria do Pará
(AITESAMPA)
29. Associação dos Empregados do Banco da Amazônia (AEBA)
30. Fórum de Mulheres da Amazônia Paraense (FMAP)
31. Grupo de Mulheres Brasileiras (GMB)
32. Instituto Amazônico de Planejamento, Gestão Urbana e Ambiental
(IAGUA)
33. Mana-Maní Círculo Aberto de Comunicação, Educação e
Cultura
34. Rede de Juventude e Meio Ambiente (REJUMA)
35. Sindicato Nacional dos Docentes das Instituições de Ensino
Superior (ANDES-SN)
36. Sindicato dos Trabalhadores e Trabalhadoras da Gestão Ambiental
do Estado do Pará (SINDIAMBIENTAL)
37. JUNTOS
38. SINDTIFES
39. Tô Coletivo
40. DCE - UFRA
41. ANEL
42. Grêmio EE “Ulysses Guimarães”
43. Contraponto
44. AFBEPA
Quando destruirem o rio xingu, poluirem suas águas, derrubarem a floresta e provacarem a extinção de espécies animais e vegetais para como dizem garantir o fornecimento deenergia "limpa" e barata, o que vão fazer quando essa energia já não for suficiente? Provavelmente novas barragens, mas até quando? Até ainda existirem rios vivos?Quanta burrice, imitar o que já aconteceu em tantos países, o mundo está cada vez mais estúpido e violento.Boa sorte amigos indigenas e outro que inteligentemente sabem que a vida é mais importante que as comodidades e confortos da sociedade da tecnologia.
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