Estamos em um período extremamente importante para a definição do futuro de, no mínimo, um dos maiores e mais importantes rios da Bacia Amazônica e de toda sua sociobiodiversidade. Solicitamos o apoio de todos na divulgação das verdadeiras informações que somente agora estão chegando à população brasileira, já que, até então, a discussão dos problemas relacionados ao Aproveitamento Hidroelétrico de Belo Monte praticamente se restringiam ao setor acadêmico, a algumas organizações não governamentais e aos indígenas e ribeirinhos que seriam diretamente afetados por este megaprojeto.
Nesta última quarta feira (14) o juiz federal de Altamira (PA), Antonio Carlos Almeida Campelo, acatou uma ação civil pública movida pelo Ministério Público Federal, através de uma medida liminar, suspendendo a licença prévia de Belo Monte e cancelando o leilão, marcado para a próxima terça feira (20/04). Porém, nesta sexta (16) o TRF suspendeu essa liminar e a Agência Nacional de Energia Elétrica manteve a data do leilão para o dia 20/04.
Frente a isso, para os que não estão acompanhando os vais e vens deste velho projeto, sugiro que assistam nos links abaixo aos dois debates recentes sobre essa hidroelétrica e sobre a questão energética no Brasil:
Esse link é do programa Espaço Aberto, com a participação de Maurício Tolmasquim, presidente da Empresa de Pesquisa Energética e Carlos Vainer, professor do Instituto de Pesquisa e Planejamento Urbano e Regional da UFRJ.
Já o link acima é do Globo News, com a participação de Pedro Bignelli, Diretor de Licenciamento do IBAMA, Ubiratan Cazetta, procurador do Ministério Público Federal – PA, Raul Silva Telles do Valle, advogado do Instituto Socioambiental, Carlos Schaeffer, professor de Planejamento Energético da Coppe/UFRJ e Marquinhos Mota, representante do Movimento Xingu Vivo para Sempre e da Rede FAOR
Lembrem-se, ainda, do parecer da equipe técnica do IBAMA de 26/01 (ou seja, das vésperas da concessão da LP e que já foi publicado neste blog: http://xingu-vivo.blogspot.com/2010/02/conheca-parecer-de-tecnicos-do-ibama.html) que reafirma a posição de que não havia condições de atestar a viabilidade ambiental do empreendimento. Tal parecer é o que Pedro Bignelli afirma não existir durante a entrevista no Globo News. Aliás, esse é um dos documentos que o IBAMA só colocou em seu site no final de fevereiro, muito tempo depois de concedida a licença prévia e apenas por ter sido intimado pelo Ministério Público a fornecer tal documentação.
Precisamos mobilizar a população brasileira para que não nos deixemos enganar novamente pelo governo e pelas empresas interessadas neste mega-projeto com argumentos baratos como o de que de precisamos de Belo Monte para não termos novamente um apagão.
Contamos com a ajuda de todos vocês para divulgar essa luta para o maior número de pessoas possível.
Abraços,
Adriano Jerozolimski (Pingo)
Associação Floresta Protegida – Mebengokré/Kayapó.
Colaboração e edição: Assessoria de Comunicação do Movimento Xingu Vivo para Sempre.
A construção de Belo Monte vai afetar várias outras opções econômicas que poderiam ser desenvolvidas pelas comunidades tradicionais, agricultores e mesmo moradores das cidades, exemplo de ações eco-turismo, manejo florestal comunitário, pesca esportiva entre outras. A somatória essas atividades econômicas que serão atingidas no presente e no futuro pela construção do barramento poderia ser paga de forma similiar ao que ocorre para as comunidades de Juruti Velho, que recebem parte dos lucros da exploração minineral. Isso poderia ser cobrado pelos moradores locais, nascidos, criados e sustentados pelas águas do Xingu que agora serão prejudicadas. Ou outra alternativa é garantir que a energia na região da Transmazônica seja fornecida gratuitamente....
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